quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Dualidade

Alberto Magalhães*

A dualidade de que se trata aqui é a da existência de duas naturezas divergentes, de dois princípios antagônicos. Com fenômenos que revelam a si e ao outro. Não se trata de pura dicotomia, classificando os elementos com características distintas, porém de mesma essência, como se fossem de natureza diversa. Uma porção de água quente comparada à outra de água fria não significa dualidade no verdadeiro sentido do termo. Estas têm em sua composição a mesma substância. A água quente e a fria são água. A temperatura quente e a fria são temperatura. Exemplo da montanha e do grão que a integra. Da vida e da morte. Do amor e do ódio. Da noite e do dia...

A dualidade que eu busco entender é a universal. Aquela que se faz em duas naturezas opostas, e que, embora gerando variáveis que dialogam entre si, não se realizam. Não se tornam uma. Ela é de ordem essencialmente transcendental com reflexos em tudo o que existe. Parece atuar antes da origem da formação material que vislumbramos no dia a dia. Há uma força, uma energia sobre-humana que parece influenciar a caminhada para o caos físico, material, social, moral... Enquanto que há uma força universal a se impor para preservar a ordem natural dos componentes universais existentes e preexistentes. Em cadência se digladiam.

Ambas são desencadeadoras de manifestações conflitantes. Como se alguém estivesse segurando uma pessoa embriagada para que não caia ao solo e outro a estivesse empurrando para baixo. Forças externas ao objeto, exercendo influência sobre este. Uma força almeja a “queda” a outra o restabelecimento, a ordem preservada. Por isso se afirmam independentes. Não se completam. Em seus desígnios tendem a se excluírem mutuamente. Essa adversidade parece nos preceder, por isso imagino que a resolução desse embate será no campo universal. Esse sistema vai alcançar o ponto mais crítico de desordem e depois será renovado.

Em tempo: a Bíblia é um resumido diário dessa história apaixonante. Ao Senhor do bem, toda honra e glória.

*Alberto Magalhães é funcionário público do estado de Sergipe.

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